Quantas vezes somos instados a decidir algo de bate e pronto? Quantas vezes buscamos a melhor decisão, mas esta esbarra no fator tempo? Uma vez ouvi de um gerente: o ótimo, neste caso, é inimigo do bom. Será que é isto mesmo?
A tomada de decisões rápida dentro de uma empresa pode ter aspectos positivos e negativos, dependendo da situação, do método e do resultado da decisão.
Dentre os aspectos positivos, destacamos que a tomada de decisões de forma célere pode aumentar a eficiência e a produtividade da empresa, permitindo que se adapte às mudanças e aproveite as oportunidades do mercado. A celeridade também pode estimular a criatividade, fomentando a inovação e favorecendo o aprendizado contínuo. E estes pontos são deveras importantes!
Gestores e colaboradores também podem restar motivados, na medida que a empresa demonstrará confiança ao conceder autonomia para que as decisões sejam tomadas de forma rápida. É possível que se sintam mais responsáveis e engajados com os resultados da empresa. E não só isto: há os que defendem que a tomada de decisões rápidas facilita a comunicação, a colaboração e a participação dos stakeholders, gerando um maior alinhamento de interesses e uma maior satisfação dos clientes.
Estes pontos são positivos e não podemos negar. Contudo, é preciso estar atento a outros aspectos de forma que a celeridade na tomada de decisões não traga prejuízos ou exponha a empresa riscos. A qualidade, a precisão e a consistência das decisões podem levar a erros, falhas ou retrabalhos. E neste caso o bom, sem dúvida alguma, será inimigo do ótimo. O ganho de tempo na tomada de decisões pode gerar um gasto excessivo (justamente de tempo) no refazimento do trabalho.
Riscos podem ser majorados, gerando incertezas e fomentando consequências negativas, prejuízos materiais e reputacionais, além de conflitos para a empresa. Exigir celeridade na tomada de decisões refletirá na redução de tempo, espaço e de recursos para a análise e planejamento. Contudo, neste curto caminho a ser percorrido, dados, fatos ou alternativas relevantes – que demandariam um tempo maior de análise e seriam importantes achados a serem considerados – serão ignorados.
Exigir otimização a qualquer custo também pode gerar uma sobrecarga nos gestores e nos colaboradores, que pode refletir não apenas em prejuízos para a empresa, mas também em pressão, ansiedade e insatisfação.
É preciso, portanto, que as empresas saibam equacionar as premissas da velocidade e da qualidade na tomada de decisões, valendo-se das boas práticas, de apoio jurídico e das ferramentas tecnológicas disponíveis.
Definir o problema, o objetivo e o prazo da decisão é o primeiro passo. Buscar dados confiáveis e atualizados que podem auxiliar a avaliar possíveis soluções e os riscos inerentes a cada uma delas. Ciente dos riscos, dos possíveis prejuízos e dos benefícios galgados, a empresa terá condições de selecionar e implementar a melhor solução, sem esquecer, contudo, de monitorar e avaliar os resultados.